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Suivre les lignes du monde…

Peut- être que tout a commencé là, sur ce rivage de Mer de Chine que l’on appelait le cap Saint Jacques, je devais avoir neuf ou dix ans. Je découvris une limule sur le sable, mon effroi fit place à ma curiosité, puis à mon émerveillement face à cette forme vivante, si étrange, venue d’un autre temps.

Ce contact inaugura pour moi ce sentiment profond d’habiter un monde, ou plutôt un perpétuel nouveau monde qu’il me fallait explorer.

Depuis je reviens toujours au rivage, vers cette lisière, cette frange. Ramasser une algue luisante d’écume, une pierre, un fragment de corail pour m’en faire des alliés. Forêts ou mangroves, savanes ou déserts, rivages de Bretagne ou du « Novo Mundo », tous ces chemins de traverse, ces passages que je prolonge, où je questionne mon exotisme intérieur.

Là je rejoue ces territoires d’enfance, comme une Renaissance, corps craquelé d’argile rouge, je songe au regard de Cabral, alors apparaît l’Ile perdue au-delà des mers, la nef des sables, la côte de la découverte, lagoa azul.

C’est dans ce flux et reflux que s’opère mon travail plastique. Après cette collecte, ce corps à corps, cette nécessité d’une résonance, vient le temps de l’atelier.

Par la gravure et l’empreinte, par métamorphoses successives je reçois, je transforme, je partage. La plaque ou la pâte se creuse alors, les matrices se déploient, s’incurvent tel un creuset d’où surgirait une image.

Une image ?

C’est sur ce miroir aux configurations, reliefs, contours mouvants, interface d’une mémoire fossile, que s’insinueront les encres.

Au-delà de l’apparence, la trace.

Il y a ici continuité, dans ces plis et replis, passage d’un paysage ouvert à un espace de proximité. Après cette condensation, il me faut laisser le vide s’installer dans mon geste, pour que l’esprit prolonge. Gravure et empreinte sont un jeu ; reproduire pour redevenir. Au sein même d’une figure archaïque, j’aime puiser l’énergie d’un recommencement, d’un renouvellement du regard et guetter l’apparition des signes.

Parfois la vague, l’onde, pénètre au cœur de l’atelier. Il s’agit alors d’être en phase, les bras dans l’eau, j’accompagne le mouvement des fibres qui se tissent. La feuille de papier, peau végétale, mêlée d’écorces et de terres proches ou lointaines, membrane ondulante née dans la transparence d’une vibration fluide, devient ma peau.

C’est là que je dépose le carnet de bord de mes rencontres, la multiple danse des structures, les strates et méandres de l’espace.

Par toutes ces matrices recueillies, je révèle ainsi la topographie de mon géodésir.

Dès lors mes papiers deviennent comme un lieu de passage, un instrument de vision, témoignant de cette émergence éblouie.

Ils tentent de transmettre une expérience, au-delà des mots, de parler d’une immanence, d’un certain chant de la terre face au saccage de notre unique vaisseau.

Angers-Bahia-2004
Dominique Rousseau

Following the earth lines

Perhaps that’s where it all began – on the stretch of China Sea shore known as Saint Jacques Cape. I must have been nine or ten. I found a horseshoe crab on the sand, and horror quickly gave way to curiosity, then to sheer marvel at the sight of this strange living creature left over from another era.

In this discovery began a deep feeling of living in a world, or more precisely in a perpetually new world that I simply had to explore.

Since then, I’ve never stopped coming back to this shore, this edge, this fringe. To pick up a piece of seaweed gleaming with foam, or a stone, a piece of coral, objects that become my relatives. Forests and mangroves, savannas and deserts, the shores of Brittany or the « Novo Mundo », all the paths across fields, the tracks that I allow to lengthen out, where I interrogate my internal exoticism…

That is where I relive my childhood territories, like a Renaissance; my body cracked with red clay, I think about Cabral, see the Lost Islands reappear across the seas, sand-stranded vessels, the discovery coast, and Lagoa Azul.

It is in this ebb and flow that my art work takes shape. After a spell of collecting, of bodily contact, of the need for resonance, comes the time to return to the studio.

Through engravings and prints, in a series of metamorphoses, I receive, transform, share. The plate or paste hollows out, the mould spreads into shape, curving inwards like a crucible from which springs a picture.

A picture?

Into this mirror of forms, reliefs, moving contours, the interface with a fossil memory, the inks will seep.

Beyond appearances, the trail.

Here, in these creases and curves, there is continuity, a journey from an open landscape to a closer space. After this condensing, I need to allow emptiness to take over my gestures, so that my mind can expand. Engravings and moulds are a game: it’s about reproducing in order to become. Even when drawing on an ancient form, I like to extract the energy of a new beginning, of a renewed way of seeing and watch for the appearance of signs.

Sometimes the wave, the deep, penetrates the heart of the studio. When that happens, it is a matter of being in phase, and with my arms in the water, I follow the movement of the fibres that knit together. A sheet of paper, a vegetable skin mixed with bark and earth from near or far, an undulating membrane born in the transparency of a flowing vibration, become my skin.

That is when I set down my diary of encounters, the manifold dance of structures, the strata and meanders of space.

Through this collection of matrices, I reveal the topography of my geo-desire.

From then on, my papers become akin to a busy passing place, a means of seeing, a testimony to this dazzled emergence.

They seek to transmit an experience, beyond the reach of words, to speak an immanence, a peculiar song of the earth in the face of the destruction of our sole vessel.

Angers-Bahia-2004
Dominique Rousseau
Aniela Hryniewicz pour la traduction.

Seguir as linhas do mundo

Tudo pode ter começado neste lugar, naquele litoral do Mar da China que chamávamos cabo Saint Jacques, eu devia ter nove ou dez anos. Descobri um carangueijo-ferradura na areia, o meu medo cedeu lugar à curiosidade e logo depois maravilhei-me, face a esta forma viva, tão estranha, vinda de um outro tempo.

Esse contato inaugurou para mim o sentimento profundo de habitar em um mundo, ou melhor, em um perpétuo novo mundo, que eu tinha que explorar.

Desde então, volto sempre ao litoral, ao encontro dessa orla, dessa margem. Apanhar uma alga luzente de espuma, uma pedra, um fragmento de coral, para ter aliados. Florestas ou mangues, savanas ou desertos, litorais da Bretanha ou do « Novo Mundo », todas essas veredas, essas passagens que eu prolongo, onde eu questiono o meu exotismo interior.

Então eu torno a brincar nesses territórios de infância, como um renascimento. O corpo riscado de barro vermelho, penso no olhar de Cabral, quando apareceu a Ilha Perdida além dos mares, a nave das areias, a Costa do Descobrimento, a Lagoa Azul.

É neste fluxo e refluxo que se opera o meu trabalho de artes plásticas. Depois dessa coleta, desse corpo a corpo, dessa necessidade de uma resonância, vem o tempo do ateliê.

Pela gravura e a impressão, pelas metamorfoses sucessivas, eu recebo, eu transformo, eu divido. A placa ou a massa se cavam, os moldes se estendem, se curvam por dentro como um cadinho de onde surgirá uma imagem.

Uma imagem ?

É sobre esse espelho, que tem configuraçães, relevos, contornos instáveis, interface de uma memória fóssil, que se insinuarão as tintas.

Além da aparência, o vestígio.

Há uma continuidade, nessas dobras e pregas, passagem de uma paisagem aberta a um espaço de proximidade. Depois dessa condensação, tenho que deixar o vazio se introduzir no meu gesto, para que o espírito se prolongue. Gravura e impressão são um jogo ; reproduzir para voltar a ser. No âmago de uma figura arcaica, gosto de arrancar a energia de um recomeço, uma renovação do olhar e de espreitar a aparição dos sinais.

Por vezes a vaga, a onda penetram no coração do ateliê. Trata-se então de estar em fase, os braços na água, eu acompanho o movimento das fibras que se tecem. A folha de papel, pele vegetal, misturada de cascas e terras próximas e longínquas, membrana ondulante nascida da transparência de uma vibração fluida, torna-se minha pele.

Então eu deposito o diário de bordo dos meus encontros, a múltipla dança das estructuras, das camadas e dos meandros do espaço.

Por meio de todas essas matizes recolhidas, eu revelo assim a topografia do meu geo-desejo.

Desde então, os meus papeis vêm a ser como um lugar de passagem, um instrumento de visão, testemunhando essa emergência deslumbrante.

Eles procuram transmitir uma experiência além das palavras, de falar de uma persistência, de um certo cantar da terra diante da devastação da nossa única embarcação.

Angers-Bahia 2004
Dominique Rousseau
Dominique Duboux pour la traduction.